Por anos me fiz esta pergunta. Sim!

Ela continua sem resposta e acredito que nem o escritor mais lido de todos os tempos vai conseguir responder de forma precisa, esta questão, pois não existe perfeição na escrita, existe estilo e aos meus olhos uma obra pode “parecer” perfeita e aos olhos de outro, completamente imperfeita, assim como tudo nesta vida, não é?

Eu AMO escrever usando letras MAIORES e menores , fugindo do tradicional e correto português, eu já fui criticado por isso, mas espere… É… Pensando bem, eles devem ter uma parcela de razão, mas esta é a forma como eu escrevo, como gosto de fazer chegar minhas ideias às pessoas com algum E X P R E S S Ã O e tudo bem ser assim, não acha?

Aprendi que, o mais importante é escrever e escrever e depois escrever um pouco mais! Ler e ler e ler ainda mais e apenas assim, vamos treinando a nossa forma de brincar com as palavras, de dar sentido as frases, de entregar o que desejamos entregar. A famosa escritora norte americana Nora Roberts, conhecida por seus mais de 200 Best Sellers diz que “você pode consertar qualquer coisa, menos uma página em branco” e isso diz muito sobre o poder de treinarmos a nossa escrita, não é mesmo?

Não tenho nenhuma dúvida que o Eric que aqui escreve hoje, nem de perto é o mesmo que escreveu pela primeira vez há anos atrás, usando um caderno ou depois em sua máquina de escrever… (Doces lembranças), de quando eu acreditava mesmo que estava escrevendo! Ops! Não serei tão injusto com minha versão de 30 anos atrás, não! Eu escrevia sim, mas sem nenhuma habilidade, mas já o fazia, e, pensando bem, foi aquelas linhas mau escritas que me trouxeram até aqui. Claro que sim.

Uma das dicas mais poderosas que posso compartilhar com você neste momento é que se deseja, realmente, se tornar um escritor, precisa se dedicar a ler mais e recomendo que leia sobre temas diferentes, isso vai abrir a sua mente para possibilidades, vai educar a sua leitura, vai descobrir palavras novas, pronuncias e até conduções que, antes, eram desconhecidas e isso faz uma diferença no processo da escrita.

Outra poderosa dica é que não espere pelo momento perfeito para começar a escrever! Escreva pequenos textos! Escreva sobre coisas que goste, e pode criar uma pasta no seu computador, ou começar por escrever num caderno, mas escreva e faça isso diariamente. Treinar “o” processo de tirar da mente e traduzir para o papel faz TODA a diferença. Deixa eu contar algo que fez “A” diferença para mim! Um dia eu estava almoçando em Lisboa com um grande amigo e falamos sobre a construção do que desejávamos para os próximos anos da nossa vida e eu disse que queria até 2030 estar entre os 10 escritores mais lidos da Europa e ele me fez a seguinte pergunta:

– Me conte o que você tem feito todos os dias para isso acontecer?

Juro que tentei responder aquela pergunta, mas tudo que eu dizia era sobre planos futuros, sobre o dia em que eu me dedicaria em tempo integral, tudo no futuro e absolutamente nada no presente e ele olhou pra mim e disse: Tire uma hora por dia e se dedique a escrever. Seja apenas o escritor naquela hora. Se desligue de tudo e todos por uma hora e apenas se dedique a escrever. Depois tire um dia da sua semana e aja como um verdadeiro escritor por apenas um dia. Um dia todo sendo “o” escritor que já se vê sendo lido por milhares de pessoas por toda a Europa.

Menos de seis meses de está pondo isso em prática, eu estava lançando meu primeiro livro 100 Dicas Terapêuticas para Transformar. Dois meses depois o segundo volume, mais 100 dicas e no mesmo ano eu fechava a trilogia com três obras. Mais de 800 páginas, 300 dicas terapêuticas que foram responsáveis por lotar a minha agenda pelos anos seguintes.

Entende “O” poder de entrar no processo, de se posicionar e fazer! O escritor britânico, Neil Gaiman diz “Sente na frente do seu teclado e coloque uma palavra após outra” e sinceramente se analisarmos, não existe outra forma de o fazer. Escrevo este artigo no intervalo que tenho, meio da manhã e tudo que precisei aqui é ter no meu check-list isso apontado e me desligar de tudo para estar apenas aqui com a minha música (sempre ouço) e meu notebook, pequenas pausas e alguma dedicação e uma palavra após a outra.

Perdemos muito tempo “empilhando” desculpas, esperando pelo momento mágico, enquanto tudo que estamos fazendo é adiando o que precisa realmente ser feito. Lendo uma entrevista da escritora e crítica televisiva, Gillian Flynn ela disse “não pare de escrever quando as coisas ficarem difíceis” e SIM, em algum momento, elas podem ficar, dentro do processo da escrita e até na vida e se permitir que isso reflita na escrita, você jamais vai conseguir terminar um texto, pois a vida está repleta de adversidades, mas precisamos voltar para cá.

Voltar para o nosso mundo! Eu brinco muito com meus mentorados, dizendo que aqui é o meu “fantástico mundo de Bob”, era um desenho que passava no Brasil, nos anos 90, ok ok estou ficando velho! Mas este “deve” ser mesmo o nosso fantástico mundo, onde mergulhamos e nada, eu disse nada mais pode ganhar importância a não ser a sua relação com a escrita, o seu mergulho, a sua entrega.

Então, espero que tenha compreendido a esta altura que, estamos longe de sermos perfeitos e nem queremos… Feito é melhor que perfeito! E acredito que neste mundo a fora deve estar cheio de belos escritores que poderiam estar sendo publicados em várias línguas, mas não estão, pois, não conseguiram alcançar a sua perfeição e ficaram pelo meio do caminho. Alguns ainda insistindo na perfeição, enquanto outros apenas vão pelo caminho fazendo e fazendo.

Nós encontramos no próximo,

Eric Pereira
Editora Aslan